São Domingos, fundador da Família Dominicana (Espanha, séc. 12-13)

Mateus 17,22-23: “Quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galileia, ele lhes disse: – O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará. E os discípulos ficaram muito tristes”.

Jesus, finalmente seus discípulos começaram a dar-se conta do que estava para lhe acontecer. Muitas vezes, o senhor os havia advertido sobre a tragédia que o esperava em Jerusalém. No entanto, a empolgação do povo era tão grande, que os discípulos se negavam a acreditar em suas palavras, e Pedro chegou mesmo a advertí-lo para que não fizesse tais afirmações. Desta vez, porém, ficaram muito tristes. É o início de uma purificação entre aqueles que o seguiam porque sonhavam com grandezas e aqueles que o amavam realmente, ainda que lhes fosse difícil aceitar que o Messias teria que sofrer tanto. Assim, a tristeza de alguns era por aquilo que poderiam perder, e a tristeza de outros era pelo sofrimento e pela morte que o senhor deveria sofrer. Ainda não conseguiam confiar que o senhor ressuscitaria no terceiro dia, tal como lhes afirmara. Senhor, a nossa fé atual como cristãos não é muito diferente daquela dos seus primeiros discípulos. A fé no Reino do amor, da justiça e da fraternidade, anunciado pelo senhor, e que exige renúncias e sacrifícios para ser implantado, nem sempre prevalece sobre nossos interesses religiosos imediatos, sempre em busca de graças e de milagres para nós próprios e para aqueles que amamos.

A sua solidariedade com os nossos sofrimentos nem sempre provoca a nossa solidariedade com o senhor e com as dores daquelas pessoas, que nos são estranhas. Talvez seja essa uma das  razões porque, após 2000 anos de cristianismo, as estruturas da nossa sociedade ainda sejam tão desumanas, incapazes de garantir uma vida digna para todos. Senhor, assim como o Espírito Santo conseguiu converter os seus discípulos, a ponto de se tornarem mártires da fé, que ele converta também a nossa geração de cristãos e católicos, para que façamos diferença dentro de um mundo onde Deus ainda não pode reinar.

Maria santíssima, discípula perfeita do seu Filho, solidária com Ele até a cruz e ressurreição, rogue ao Espírito Santo para que aumente e aperfeiçoe a nossa fé, e nos transforme em verdadeiros discípulos-missionários de seu Filho bendito. Amém!

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